Saúde em colapso: Vagas de UTI não são suficientes para atender a demanda de pacientes graves em Santarém

De acordo com o boletim diário, divulgado pela prefeitura de Santarém, que monitora o desenvolvimento da pandemia, há 44 leitos de terapia intensiva destinados a pacientes graves da Covid-19. Desse total, 42 estariam ocupados.
No entanto, o mesmo boletim informa que há sete pessoas na fila de espera aguardando uma vaga de UTI, o que é desproporcional ao número de vagas supostamente disponíveis e significa que, pelo menos, cinco pessoas podem não ter acesso ao leito a tempo.
Os números oficiais já demonstram que Santarém enfrenta um colapso na saúde devido ao crescimento de casos ser desproporcional à capacidade do sistema público de saúde.
No domingo (31), a médica sanitarista e representante do Sindicato dos Médicos do Pará no Conselho Municipal de Saúde, confirmou que a UPA está superlotada e sem condições de continuar recebendo pacientes graves, devido ao número de pessoas que já estão internadas na unidade aguardando uma vaga de UTI no Hospital Regional do Baixo Amazonas.
À pouco, a imprensa local divulgou a informação de que, em menos de 24h, cinco pessoas teriam morrido na UPA e que nenhum dos casos teria entrado na última atualização do boletim, que ocorreu na segunda-feira (1º), às 21h.
Pelo menos três dos pacientes que morreram, estariam na fila de espera, aguardando transferência para os leitos de UTI do HRBA.
Sobre os leitos clínicos, o sistema público de saúde local disponibiliza 114 vagas, no entanto, de acordo com o boletim, 110 estão atualmente ocupadas.
Bandeira Preta
A região do Baixo Amazonas passou de zona vermelha para preta, que é a classificação de maior gravidade da pandemia e exige que a população fique em lockdown, o que significa que ninguém deve sair de casa para desempenhar atividades não essenciais.
A medida entrou em vigor na segunda-feira (1º). De acordo com o governador do estado do Pará, Helder Barbalho, a decisão foi baseada no aumento do número de internações por Covid-19 na região e pela confirmação de que há de que há uma cepa variante no novo coronavírus em circulação no município de Santarém. A variante é capaz de reinfectar pessoas que já pegaram a doença.
Foto: Rafael Batista